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Vencendo a crise em família

Desde março do ano passado, a humanidade está convivendo com a pandemia do coranavírus-19, com as consequências que já se tornaram comuns – lockdowns, restrições de tudo que é espécie, protestos, infringências às determinações de autoridades, etc. Em particular no Brasil, vários especialistas, palpiteiros e eventualmente até ocupantes de cargos importantes na condução política do país, desdenharam o que estava acontecendo por aqui. O PR Bolsonaro chegou a dizer tratar-se de uma “gripezinha”.

A dura realidade mostra que, até o momento, mais de 450 mil brasileiros já perderam a vida por causa da covid-19. Isso que, de acordo com avaliações de importantes universidades, existiria uma subnotificação dessas mortes; há quem estime que seriam, no mínimo, 30% a mais do que o número atual.

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Com as restrições em várias áreas, impostas por prefeitos e governadores, no sentido de estancar a proliferação do vírus, com o que muita gente não concorda, a economia foi a que mais sentiu, com reflexos no bolso dos brasileiros que tiveram suas rendas reduzidas ou até extintas.

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Neste contexto, o criador da DSOP Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), além de outras atividades, Reinaldo Domingos, realizou, em 24/05/2021, a live “Para a Família Vencer a Crise”.

A live foi construída sobre as seguintes questões que instruíram uma enquete, realizada entre internautas, e que queriam avaliar como as pessoas estavam preparadas, ou não, para enfrentar, conviver e superar uma crise, mesmo aguda como esta da atual pandemia:

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1ª) periodicidade da realização de reuniões familiares para falar sobre educação financeira: 42% responderam que nunca falaram sore o tema em casa e 38% até falavam sobre o assunto, mas só quando surgisse um problema: significa que 80% das famílias ainda não conversam formalmente sobre as finanças, em suas famílias;

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2ª) quem deve participar dessas reuniões: 88% responderam acertadamente que deveriam ser todos os familiares, inclusive crianças e, se for o caso, outras pessoas que convivem na mesma família (sogros, cunhados, etc);

3ª) o que deve ser tratado nessas reuniões: 26% responderam que deveria ser sobre ganhos e gastos; 6% sobre reduções de gastos e 5% sobre investimentos; mas, 64% responderam que deve ser sobre necessidades, sonhos e propósitos, priorizados pela DSOP Educação Financeira, mostrando que já entenderam a filosofia daquela instituição;

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4ª) na atual pandemia e crise financeira, houve redução do custo de vida? Quase a metade – 49% – não usaram a crise, muitas vezes até ficando mais tempo em casa, para analisar cada uma das despesas da casa – energia elétrica, água, gás, pacotes de tv e internet, celular, etc, verificando se não existem desperdícios, com o que certamente poderiam reduzir seus custos;

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5ª) o valor da reserva financeira: 21% tinham reserva para manter-se de 6 meses até um ano; 16%, mais de um ano; e 63% não tinham nenhuma reserva financeira; um dos primeiros objetivos da educação financeira é formar uma reserva financeira ou estratégica para enfrentar imprevistos, ainda mais quando ocorre uma crise como a da atual pandemia; infelizmente, trata-se uma falha ou problema muito comum na sociedade brasileira;

6ª) numa crise, quais as dívidas que devem ser priorizadas? Vencidas e não pagas (6%); de juros altos, como no cartão e cheque especial (12%); que tem bens – casa, carro – em garantia (19%); e a maioria (62%) indicou as contas essenciais – água, luz, gás; é preciso levar em conta a abrangência da crise: se for pontual, isto é, algum problema que atingiu a uma pessoa ou família em particular, as consequências em manter-se uma dívida podem ser complicadas (corte de serviços, arresto de bens, protesto de títulos, etc); já numa crise pandêmica, como a atual, concessionárias de serviços essenciais e até bancos se anteciparam, suspendendo cortes, prorrogando vencimentos, etc; o fundamental é priorizar despesas com alimentação, , saúde e educação.

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Uma pesquisa do Datafolha revelou que nove entre dez brasileiros atribuem seu sucesso econômico a Deus. Outro dado levantado pela pesquisa é que quanto menor é a renda e o nível de escolaridade do entrevistado, maior é a devoção.

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Há, também, quem acredita no papel exato que a sorte desempenha em resultados financeiros bem-sucedidos, como está convencido o economista Robert Shiller, ganhador do Nobel de Economia em 2013. Até Bill Gates diz sem constrangimento que se não tivesse estudado na Lakeside School, uma rara escola do ensino médio americano que dispunha de acesso a um computador, “a Microsoft não existiria”.

Então, para não depender só da graça divina ou da sorte, que são bem-vindas e pelas quais devemos ser gratos, é claro, é preciso fazer a sua parte. Reinaldo Domingos orienta seguir os seguintes passos para a família vencer a crise:

1º) reunir a família: sem pressa, num momento em que haja disponibilidade de tempo de todos, onde se deve falar sobre sonhos e objetivos individuais (como a compra de um celular novo) e da família (carro, viagem ou mesmo sair de dívidas);

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2º) pesquisar quanto custa cada um dos sonhos e objetivos;

3º) definir em quanto tempo quer-se conquistar esses sonhos ou objetivos; e, por fim,

4º) buscar a solução: calcular quanto pode ser guardado de dinheiro, mensalmente, e de onde tirar o que eventualmente falta (rendas extras e principalmente com a redução de desperdícios).

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